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30 de out. de 2013

Como se apresentar numa entrevista de emprego


De repente você tem uma oportunidade na empresa dos seus sonhos, para fazer aquilo que sempre quis. Este é um momento crucial na vida de qualquer pessoa. Mas como se apresentar na entrevista? E como se comportar para ganhar a vaga tão sonhada? Bom, existem muitas variáveis neste processo, então vamos ajudá-lo considerando cinco dicas fundamentais:

1 – Analise antes o perfil da empresa

Leve em consideração a filosofia e os valores que ela defende. Sua cultura no mercado também é um ponto importante a ser analisado. Busque todas as informações que puder nas mídias, nos materiais de divulgação, site e redes sociais. Isto irá ajudar a traçar um diagnóstico muito importante, para que a sua apresentação esteja em sintonia com os ideias propostos pela empresa. Faça o entrevistador perceber que você já é um deles.

2 – Leve sempre com você um portfólio

Ter o currículo em mãos pode não ser suficiente. Cada vez mais os recrutadores querem ver provas da sua capacidade. Por isso, levar uma amostra real do seu trabalho é muito bom, pode ser um case de sucesso, uma peça campeã ou um projeto que comprove toda sua eficiência profissional. Assim ficará claro a não dependência de um currículo bem escrito, mas incapaz de comprovar algo ao seu respeito. Caso seja difícil conseguir um trabalho matador para mostrar, por questões de confidencialidade, crie um trabalho paralelo semelhante, apenas para mostrar sua capacidade criativa e inovadora.

3 – Cuidado com as expressões exageradas 

Alguns clichês são nocivos para a sua avaliação. Evite expressões como: sou apaixonado por...; amo o que faço; isto é a minha vida; ou, sou extremamente comunicativo; minha equipe de trabalho é a minha família; meu comprometimento é absoluto; etc. Nada disso irá ajudar. E o recrutador pode entender que você está tentando ganhar no grito. Fale tranquilamente, com segurança e conhecimento de causa, pois quem está entrevistando quer ver mesmo é o brilho nos olhos, mais do que ouvir palavras. Seja honesto em seus argumentos e não tenha medo de errar. Mostrar algumas fraquezas, comuns a todos os seres humanos, revela a sua disponibilidade em aprender.

4 – Sua postura diz muito a seu respeito

Um sorriso, um bom aperto de mão e um corpo leve e solto não faz mal a ninguém. Lembre-se, a simpatia chega antes da produção. Ou seja, se apresentar como modelo de passarela só vai ajudar se você estiver bem à vontade. Nada de braços cruzados, roupas decotadas ou muito curtas, ombros arriados e testa franzida. Mostre para todos que aquele é um dia especial em sua vida. Uma empresa sempre quer alguém disposto, alegre e bem resolvido.

5 – Comporte-se de acordo com o perfil da entrevista

Cada entrevistador tem uma personalidade, uns são descontraídos e outros formais. Você deve observar com atenção e dançar conforme a música. Isto é flexibilidade, pois ele também já analisou muitas coisas a seu respeito. E pode estar testando a sua capacidade de se adaptar aos diferentes. Desta forma ele mede seu grau de relacionamento com a equipe. Evite bater de frente, com ar de superioridade, já que nenhuma empresa quer contratar um manifestante.

Pronto, agora você já pode enviar o seu currículo para aquela empresa que tanto deseja. Ou pedir ao amigo do grupo de network para conseguir uma entrevista. Afinal, você está preparado para o que der e vier, sem medo de ser feliz em uma carreira de sucesso. Ou há controvérsias?

5 de set. de 2013

Como lidar com reclamações de cliente online


As reclamações online crescem a cada dia com índices alarmantes. Será que as empresas estão errando mais? Será que as pessoas estão mais conscientes dos seus direitos? Será que a facilidade de acesso aos meios digitais é a causa deste boom? Estas respostas não são tão importantes quanto saber lidar com as reclamações.

Uma reclamação online representa a hora da verdade. Você pode permitir que ela seja uma ameaça ou transformá-la em oportunidade. É a hora de comprovar se a empresa está realmente comprometida com o cliente, ou não. Hoje em dia as pessoas têm muitos lugares para reclamar além dos canais tradicionais. A internet é um campo livre para isso e ninguém perde a chance de botar a boca no trombone. Sem contar o alcance exponencial que uma reclamação pode atingir em questão de horas, graças às redes sociais.

Portanto, permitir o efeito negativo de uma reclamação ou aproveitar a ocasião como algo positivo, depende de você. De como você vai interagir com quem reclama e, principalmente, o que a empresa pode oferecer ao cliente neste momento. Mas é claro, para conseguir agradar o cliente insatisfeito, você precisa observar alguns pontos muito importantes. Vamos ver como todos podem se sair bem neste processo?

Encare o fato com naturalidade

Reclamar é um direito do consumidor, por isso, respeitar este direito é o princípio de um bom relacionamento. Fique calmo, ouça tudo que o cliente tem a dizer, e mesmo que ele se exalte, aja com tranquilidade e naturalidade. Do contrário, a situação vai ganhar uma proporção ainda maior e você pode perder o controle da situação. Lembre-se que todo contato de reclamação esconde uma expectativa maior que a própria solução do problema, ou seja, antes de qualquer coisa, o cliente quer ser bem tratado.

Seja rápido e conheça sobre o assunto

Cada reclamação tem uma característica particular, tanto pela natureza do produto ou serviço quanto pelo estado emocional de quem reclama. Então, cada resposta também tem que ser única, com o máximo de personalização. Evite as respostas prontas e procure ser rápido na solução do problema.

Porém, em nome da agilidade, não ofereça respostas que você não tem certeza. Se não domina o assunto, procure alguém que sabe. Enquanto isso, tranquilize seu cliente e diga que estão trabalhando na melhor solução do problema. Às vezes, demorar algumas horas, ou até dias para responder, pode ser mais útil do que responder na hora e errar. Falar com segurança e clareza também é um ponto determinante para gerar confiança.

Certifique-se da satisfação do cliente

Antes de encerrar o contato, pergunte se ele ficou satisfeito com a resposta, caso ele ainda não esteja totalmente satisfeito, pergunte do que mais ele precisa. Mesmo após a solução do problema é importante retomar o contato e receber um feedback. Dias depois da reclamação e da solução do problema, o cliente pode ter algo mais a revelar.

Mesmo que não tenha mais nada a acrescentar, o cliente ficará muito grato e se sentirá importante por ter sido lembrado. A empresa, por sua vez, demonstrará o seu comprometimento e fidelidade a este cliente. Uma relação duradoura acaba de nascer e ambos os lados só têm a ganhar com isso.

Use ferramentas para evitar novas reclamações

Existem muitas ferramentas gratuitas ou pagas que podem ajudar você a evitar novas reclamações. São as ferramentas de monitoramento e alertas. Elas podem ajudar a prever crises, monitorar palavras específicas, criar alertas e avisar se a sua empresa está sendo bem ou mal falada na internet. Com essa ajuda é possível fazer relatórios e traçar um perfil diagnóstico das marcas. Depois, você deve juntar todos os relatórios e criar estratégias para evitar novos episódios negativos. Isso vai melhorar a imagem da empresa, que consequentemente reconhecerá o seu bom trabalho.

Está diante de uma reclamação? Fique tranquilo.
Agora você já sabe o que fazer.

*Texto escrito originalmente para participar de uma concorrência freelancer (ainda sem resposta).

29 de jul. de 2013

Mudar o mundo

Uma opinião é válida quando permite que outra venha ao encontro para questionar, somar, filtrar ou controverter, mas, definitivamente, uma coisa não pode ser tolerada hoje em dia, o desrespeito público à liberdade alheia, seja este desrespeito manifesto por palavras, atos ou gestos.

Não vou pegar carona na popularidade do Papa em sua visita ao nosso país, pois isso apenas repercutiria o que muitos já falaram e, com certeza, minha fala amadora seria menos relevante que as matérias profissionais. Também não vou condenar os manifestantes contrários à JMJ (nomeadamente a marcha das vadias), já que isto seria muito fácil, pois eu sou católico e tenho um repertório de milhões de fiéis estudiosos ou não que falam a meu favor, eu seria só um papagaio a defender meu ponto de vista com afirmações de outrem em novas roupagens interpretativas, isso sem contar que até pessoas contrárias à Igreja enojaram tais manistações vadias.

Então, me restou apenas uma coisa para preencher este espaço, vou escrever sobre contradição, hipocrisia e mediocridade.

Contradição é quando uma pessoa (incoerente) proclama uma antítese daquilo que acredita, acreditando estar fazendo a coisa mais correta que existe, ou seja, por um descuido de planejamento racional ou intelectual, acaba falando algo que contradiz sua própria luta, até o ridículo de se autocombater, como uma espécie de manifesto autoimune fadado ao fracasso e semelhante à expressão popular: pobre coitado...cava ele(a) a própria cova.

Já a hipocrisia tem diversas vertentes interpretativas que podem ser aplicadas em diferentes circunstâncias e ambientes de convívio social, mas, frequentemente, talvez na maioria das vezes, esta palavra é aplicada ao ambiente religioso e ideológico. Em suma, hipócrita (manifestante de fingidas virtudes) é aquele que não tem vergonha de ser pego fazendo aquilo que condena. Claro, quando sua percepção tem condições de compreender que está factualmente distante de seus discursos (do contrário, o coitado nem percebe), aqui, diga-se de passagem, discursos capazes de cobrar do outro um peso e uma medida jamais antes por ele(a) testemunhados.

E medíocre é todo aquele que atinge um patamar qualitativo que lhe confere o rótulo, por ele mesmo nele estampado, de ser chamado e reconhecido como “desprezível”. Ainda que muitos o prezem, nada mais são, unidos, do que um monte desprezível de seres medíocres, sofríveis e vulgares. Bradam ferozes e sem limites, atropelando tudo e todos. Nunca conquistaram nada em suas vidas e tão pouco construíram algo pelo que se vale a pena investir credibilidade, mas odeiam sem razões racionais os grupos que pensam diferente e hoje ocupam um certo lugar de evidência e relevância na sociedade (não obstante as contrariedades causadas para ocupar estes espaços, ainda assim é preciso ter conquista semelhante para poder combater).

Não quero atribuir estas palavras a ninguém, mas quando uma pessoa se levanta contra a liberdade da outra, liberdade essa, aliás, por todos defendida aos gritos, soma as três categorias acima em si mesma, transformando-se em tudo aquilo que ele combate e materializando o atroz desrespeito com o qual nunca quer ser tratado.

Isto foi o que refleti durante os últimos dias, percebi que muitas vezes fui contra o que acredito por me outorgar o direito ilícito de determinar modo de vida ao outro, esquecendo que se não há liberdade não há adesão pura. E toda discussão é vazia se ambas as partes não estão dispostas a escutar seriamente e sem alienações subjetivas a verdade que rege a vida do outro, considerando suas causas reais e sinceras circunstâncias.

Desejo que este texto seja um norte para minhas relações e ajude-me a ser mais coerente com o que acredito, ao ponto de permitir ao outro questionar-me livremente sem ser punido com o distanciamento do meu respeito e bons tratos. Mas desejo também que o leiam os fieis das denominações religiosas e das religiões, que o leiam os de opção homossexual, as feminista, os espiritualistas, os ateus, os que não estão em nenhum desses grupos e os que trafegam por todos eles...

Quem sabe possamos inaugurar uma cultura de real liberdade, respeito e convivência harmoniosa, como uma unidade na diversidade. Construída por meio de discussões maduras onde a “opinião” não seja um “pseudo-deus” pelo qual mato e morro sem nenhum proveito, mas seja um elemento de desenvolvimento humano que permita a todos uma vida feliz e livre.

A vida é mais que um octógono de opiniões e mudar o mundo exige mais força pacífica do que podemos imaginar.

23 de jul. de 2013

Quem ama vive menos

É quando o amor por alguém chega e domina que a vida parece ser mais curta, pois há um imenso desejo de estar sempre junto de quem se ama e nenhum tempo é suficientemente bastante para saciar este desejo.


Por isso dá para aceitar que quem ama tem vida curta, mas quem não ama tem tempo de sobra para viver correndo atrás do que vale menos. Já dizia Cora Coralina“[...] sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela [...] seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.”

O amor também arranca coisas que não queremos dar, filtra impurezas e alimenta os estímulos. Ele é o mistério, pois não pode ser explicado, e se não é explicado, não pode ser entendido, deve ser vivido, experimentado e agarrado para preencher os espaços vazios que ficaram das coisas que foram arrancadas. No fim, amor é alívio e tensão, descanso e constante dedicação. É um misto de sentimentos benditos, mas quando em atrito, é um mal a ser suportado. Já que ninguém ama impunemente.

Vivendo por dentro este gostoso paradoxo, Carlos D. de Andrade escreve: “Ainda que mal pergunte, ainda que mal respondas; ainda que mal te entendas, ainda que mal repitas; ainda que mal insista, ainda que mal desculpes; ainda que mal me exprima, ainda que mal me julgues; ainda que mal me mostre, ainda que mal me vejas; ainda que mal te encare, ainda que mal te furtes; ainda que mal te siga, ainda que mal te voltes; ainda que mal te ame, ainda que mal o saibas; ainda que mal te agarre, ainda que mal te mates; ainda, assim, pergunto: me amas? E me queimando em teu seio, me salvo e me dano...de amor.”

Como é bom saber também que o amor não acaba, não aquele amor rótulo de qualquer outro sentimento bom e forte, mas o amor mesmo, o de verdade. Um que não é paixão avassaladora, mas imersão sorrateira, não aquele sentimento de fogo na carne, mas aquele de incandescência suave. Algo pelo qual vale a pena lutar e enfrentar as consequências, ainda que a última consequência seja o fim da vida curta que temos, mesmo assim, não pare, não pare de amar; foi o que ensinou Helder Câmara“Não, não pares. É graça [...] começar bem. Graça maior, persistir na caminhada certa; manter o ritmo...Mas a graça das graças é não desistir. Podendo ou não podendo, caindo, embora, aos pedaços, chegar até o fim...”

19 de out. de 2012

Um parafuso solto e dois amigos muito loucos.


Como toda noite, após minhas aulas, e depois de passar pra pegar a namorada na faculdade, lá vinha eu pela Avenida 23 de maio, na velocidade máxima de 70 km/h, de repente, chega a curva à direita que dá acesso à Radial Leste. Reduzo a velocidade...50, depois 40, e pronto, preparado pra fazer a curva como manda o figurino, mas, ao completar a curva, bem embaixo de uma ponte, PLAFT!

Este foi mais ou menos o barulho que fez a roda esquerda do meu poisé 2003, travando tudo que se chama movimento – começava ali, às 22h45min do dia 18 de outubro de 2012, o acidente do parafuso quebrado, que revelaria dois novos amigos e o companheirismo de uma mulher, que hoje faz toda a diferença em minha vida.

Bom, preciso relatar os principais fatos, para que todos saibam como se deu o desenrolar do problema, até a sua solução.

O primeiro pensamento da namorada foi: jogaram uma pedra na frente do carro para nos roubar. Claro que isso não foi verbalizado, acredito que devido ao medo do pensamento se concretizar. Eu, estava assustado, querendo me apavorar, e ao mesmo tempo, devendo a ela uma postura equilibrada. Pensei. Parei com a agitação interior. Decidi descer do carro...mas, a porta do meu lado não abria...@#$%&*, saí pela janela, coloquei o triângulo a 10 metros do carro e enfim, liguei para o serviço de guincho...

Se deu certo? Quem me dera. Deu tudo errado e por quase uma hora, fiquei ali no frio, com medo de um assalto e com pena da namorada. Então falei pra ela: pega um taxi e vai pra casa. Fiquei com medo dela aceitar rs; Ufa! Ela disse: não vou te deixar sozinho. Como foi gostoso ter certeza que teria alguém ao meu lado naquele tormento.

Após ter passado muita raiva e ter sido extorquido pela empresa Car System, fui informado da não cobertura de guincho para casos de problema na suspensão. Pois seria necessário um guincho especial e eu teria que desembolsar uma grana, equivalente ao dobro do valor pago pelo serviço de guincho durante todo o ano – revolta – indignação, discussão por telefone e a hora passando, o medo aumentando, o frio também; sem contar os carros freando em cima do triângulo, pois eu estava parado bem na curva.

Tudo bem! Eu vou pagar o que vocês querem; pode ser no débito ou crédito? Respondeu o famigerado atendente: "NÃO! O serviço de guincho não aceita cartão". Ou seja, eu deveria andar com cerca de R$ 300,00 no bolso para o caso de um acidente desta natureza – absurdo!

Neste momento, surge a salvação inesperada. Um motorista de guincho por acaso passou e perguntou: precisa de ajuda? SIM, eu disse. Ele parou, conversamos rápido, e em 10 minutos já estávamos seguindo para uma mecânica de um amigo dele, que atende quase 24 horas por dia. O nome do motorista é Ricardo, que nos alertou: "o Carlão da mecânica tem a cara fechada, mas é gente boa".

Chegamos lá. Desceu o carro. O tal do Carlão nem me deu boa noite e já começou a fuçar no carro, fiquei preocupado e pensei: que cara estranho, nem perguntou nada, nem cumprimentou, mas enfim, fiquei quieto, claro, eu estava em apuros – era 00h20min.

Foi quando do mais profundo silêncio surge a voz do Carlão, dizendo: "uma vez aconteceu isso comigo na praia e tem mais, você reza?" Respondi: sim, eu rezo. Então de graças a Deus, porque se você estivesse a 100 km/h, não estaria aqui pra concertar seu carro.

A partir destas palavras, tudo naquela noite fez sentido, até as dificuldades que se somaram ao acidente. Percebi logo que ali havia um homem inteligente, profissional e espiritual. Começou a falar um monte, brincar, acalmar a gente. Trabalhava intensamente para resolver o problema do parafuso quebrado. Até comida ele nos serviu. Depois de duas horas de trabalho ele disse: "vai em paz, bom retorno para casa".

Estes dois profissionais, o Ricardo do guincho e o Carlão da mecânica, além de me edificarem como pessoa e ajudarem no resgate de diversos valores humanos, cobraram juntos, menos do que o desgraçado serviço já pago de guincho queria me cobrar, apenas para levar o carro até a garagem da minha casa, sem nenhum outro serviço adicional.

Chegamos em casa quase quatro horas da madrugada, mas o parafuso que se soltou, permitindo conhecer estas duas pessoas, transformou uma noite que tinha tudo para nunca mais ser lembrada, em uma noite para nunca mais ser esquecida, com louvor a Deus.

Para muitos pode ser uma história boba, mas para mim foi um resgate de muitos valores. E eu devia esta propaganda a eles, com uma declaração a ela rs.

O modelo de rua que desfilou na internet.


Tudo começou na última terça-feira, 16 de outubro, quando Rafael Nunes da Silva abordou Indy Zanardo e fez o seguinte pedido desconexo: “tire uma foto minha que eu quero ficar famoso no rádio.” Ele é inteligente e parecia já ter percebido o comportamento característico da frenética vida moderna, do qual fazemos parte e sequer nos damos conta disso. Ou seja, ao pedir uma foto que repercutisse no rádio, ele afirmava duas coisas que fazem parte do nosso cotidiano.

A primeira é que vivemos num mundo onde a comunicação é multiplataforma, então, basta você fazer parte de uma mídia, para em pouco tempo repercutir em todas elas. E a segunda coisa, que infelizmente não se constitui um avanço, mas um regresso, é que atualmente a vida real precisa se tornar conteúdo virtual para aparecer aos nossos olhos.

Afinal, quantas crianças, adolescentes, adultos e idosos, sofrem do mesmo problema trágico de Rafael Nunes e não são repercutidos com tanto sucesso? Claro, eles não têm o padrão de beleza estética que causa a admiração dos nossos olhares, viciados em selecionar as pessoas pelas aparências e não pela importância humana. Não me excluo disso e não quero generalizar, mas somos todos, ou pelo menos a maioria, vítimas dos condicionamentos impostos pela própria mídia que repercutiu o modelo de rua, porém, não consegue repercutir eficazmente o modelo da verdadeira vida nas ruas.

Quer ver como eu não estou exagerando? Qual foi o primeiro pensamento que veio à cabeça das pessoas? Ah...isto tem cheiro de estratégia de marketing; isto é mais um viral de marca na internet; olha outra propaganda aí; e mais que isso, teve até o oportunismo de uma marca que pegou carona na fama de quem não tem grana, pra ver se ganhava algum retorno de engajamento (ROE). Eles apagaram a postagem, mas eu já havia printado a tela do pretenso marketing de emboscada da Barbearia Clube.

Clique na imagem para ampliar.

Enfim, o que podemos aprender com tudo isso? Podemos aprender que vale a pena de vez em quando, tirar os olhos das telas dos computadores de mesa, de colo e de mão, para dar uma espiada em volta. Quem sabe encontramos mais Rafaeis que queiram ser fotografados e popularizados, pra ver se a gente enxerga a realidade. Tudo bem que os familiares do ex-modelo relatam nas matérias dos jornais, o fato de ele “não querer” sair das ruas (como se atualmente ele conseguisse decidir por algo em sã consciência) e dizem ainda: “das várias vezes que foi internado, nenhuma durou mais que dez dias”, porém, existem muitos outros que querem ser ajudados, e estes, ainda estão sem likes, comentários ou compartilhamentos.

É como falei na conversa com minha prima,  Clau Boaventura, antes de escrever este texto: "Se a beleza de Rafael Nunes da Silva servir para reacender uma discussão que leve a alguma solução, tá valendo a grande repercussão." 

Talvez você entenda melhor meu interesse pelo caso, ao ler também o texto: QUEM.

(Sobre as milhares de meninas e mulheres que se ligaram mais na beleza dele do que na realidade dramática deste problema social, esta é uma grande oportunidade para repensar o lugar da procura do pretenso homem dos sonhos rs.)

6 de set. de 2012

Insisto, o problema é a memória eterna.


Nas redes sociais como em qualquer outro veículo de comunicação, tudo o que se escreve, lê, fala ou cala, curte, posta, baixa, cadastra ou gesticula, reflete o que as pessoas são, pretendem ser, ou esperam que as outras pessoas sejam no dia a dia.

Seja uma conversa entre amigos ou uma negociação entre marcas. Um desabafo indignado ou uma alegria compartilhada. Um comentário fútil, impensado ou uma reflexão profunda sobre a vida em sociedade. Como todas são formas de comunicação, óbvio que sempre há alguém recebendo esta informação, ou seja, quem a produz, emite algo a um receptor que entende ou não.

Calma, não vou entrar em detalhes de português, linguagem ou teorias da comunicação. Apenas quero ressaltar que não apenas na internet, mas em todo  lugar e a todo tempo você está sendo visto, filmado, fotografado. Não somos visíveis apenas a quem nos interessa. Portanto, ninguém está privado da temerária exposição pessoal perante o(s) outro(s).   

Se isto é verdade, porque então a discussão sobre a privacidade ganha relevância extrema apenas na internet, principalmente nas redes sociais?

Insisto. Em todo lugar estamos expostos, em uns mais, em outros menos, mas sempre expostos. A única diferença das redes, ou o único problema, é a memória eternética. Traduzindo: a memória “eterna” na “internet” que não conhece a “ética”. Ela conhece apenas o on-off. Você é responsável pelo que faz.

Quer dizer que a privacidade na rede mundial de computadores e nas modernas redes sociais é relativa? Sim. Pense nestas situações: Quem sai nas ruas com uma redoma insulfilmada e libera sua visibilidade só quando quer? Em uma conversa de boteco, quem está preocupado se alguém está ouvindo ou se tem câmeras filmando seu comportamento? Ao entrar no ônibus, no elevador, no Trem ou no Metrô, como evitar o tempo inteiro que todos te vejam?

Cada um reflete nas redes o que é na vida cotidiana. Claro que existem exceções de pessoas que se assemelham a propaganda de fast-food. Anunciam uma imagem, mas quando o consumidor recebe o produto fica frustrado com a diferença (tipo foto de hambúrguer envolvente, com realidade deprimente). Nestes casos, surge a constatação: as imagens e palavras do pseudo-perfil pessoal online, ou simplesmente fake, revelam a real vida medíocre do indivíduo. Mas exceções à parte, qual o problema de ser visto, ouvido, lido, etc., por quem está à sua volta?

Absolutamente nenhum. Insisto, o problema é que, diferentemente da vida real, a memória no mundo virtual nunca esquece nada. Um pequeno tropeço na rua que geraria alguns risos sarcásticos; um desabafo do qual você se arrepende cinco minutos depois; uma estratégia mal elaborada ou uma ação precipitada. Na vida real durariam alguns instantes, horas, dias, meses, no máximo anos de chacotas, punições e prejuízos, já na esfera digital, tudo isto fica eternizado.

Não adianta cancelar a conta, alguém já viu, compartilhou, salvou e você se danou. Ah, eu fui inocente! Inocente sim, mas muito útil aos fofoqueiros de plantão.

Por isso, a preocupação deve ser mais com o que podemos fazer a nosso favor, do que com o que podem fazer contra nós. Enfim, se você têm dúvidas de que a sua informação, do jeito que você pretende transmitir, considerando todos que podem ver, não pode ser dita em praça pública, cuidado. Pois algo de muito ruim pode seguir a sua vida para sempre. E como um vírus assintomático, aparece, some e reaparece quando você menos espera, matando seus esforços para construir uma imagem impecável.

Insisto, a internet não esquece nada. 
Mas você pode fazer com que ela só se lembre de coisas boas, ou no mínimo, coisas que comunicam a favor da sua vida pessoal, social e profissional.

Você é a sua privacidade
Não transfira esta responsabilidade a quem só recebe o que você dá.

Atenção: a opinião expressa neste texto não significa que o autor pensa que não devam existir leis para o mundo online, aliás, somos uma sociedade virtual, com consequências reais e eu estou falando de conduta pessoal autodefensiva, não de crimes cometidos por mal intencionados.

Boa sorte.


3 de set. de 2012

Vou embora e volto quando eu quero.


Há algum tempo perdi o medo da desaprovação dos meus atos e palavras, porém, isto não significa uma chancela para atitudes que ofendam os outros, ainda que posteriormente justificadas com a expressão: “Ah, eu não ligo para o que os outros dizem.” Se hoje não dependo mais da aprovação alheia, não é porque isto não importa em nenhum aspecto, apenas não pauta minhas decisões (não faz mais o coração bater rápido ou lento). Mas quem pode negar que um elogio exalta e que um parecer negativo gera a repentina bad impression?

Claro que isto também não vale para todos, há aprovações que não são aprovações das quais se dependa, mas opiniões das quais surgem novas motivações. São as pessoas que amamos; e mais do que isso, são as opiniões das pessoas que temos certeza que nos amam. Destas sim, não quero aprovações, quero mesmo é obter inspirações, e neste caso, vale até a oposição.

Mas porque estou falando deste assunto depois de tanto tempo sem escrever? Simples, tanto quanto me livrei da necessidade de aprovação, não quero mais estar preso à cobrança imposta por um compromisso que na verdade não existe. Quando percebi que garimpava temas para preencher espaços virtuais, e com isso, surgia dentro de mim uma ânsia pela adesão do outro lado, comecei a crer que mais sentido teria em minhas palavras se elas não dependessem de nada nem de ninguém para existirem. Fosse aqui ou ali, fosse para este ou aquele.

Pior ainda, quando comecei a perceber que precisava atenuar a gravidade de algumas palavras ditas dentro de certo contexto, porque este ou aquele teria este ou aquele sentimento...enfim, percebi que não pode haver limite na expressão, pelo menos para mim não pode haver autocensura. Ou defendemos a nossa plena liberdade que garanta a liberdade alheia como o outro a entende, ou será sempre uma nossa jaula de prazer pessoal à qual damos o nome de liberdade; e isto, claro, se quem nos interessa está do nosso lado da grade.

Quando notei sentido comprovado nisso, passei também a perceber que somente algumas coisas são infinitas: Deus (pra quem crê), o Amor (pra quem vive), o Universo (pra quem pesquisa), os Números (pra quem calcula) e as Palavras (pra quem escreve). Consequentemente, quando cada um no seu quadrado faz o que sabe e o quer com Amor, não pode haver limite, pois não pode haver esquadro que limite o amor, mutilando suas possibilidades infinitas.  

Portanto, escrevo por que amo escrever, aliás, ganho a vida com isso, escrevo por que preciso por pra fora, mesmo assim, vou embora e volto quando eu quero. Por isso me identifico nesta frase: “...escrevo para nada e para ninguém, quem me ler será por conta própria e auto-risco”, da banalizada Clarice das redes. Ao mesmo tempo, fico imensamente grato pelas pessoas que me leem e por aqueles que cobram que eu escreva, pena que eu não me cobro mais e nem preciso de aprovações alheias.

Já me livrei.

Quando volto aqui pra deixar combinações infinitas de palavras controversas, mesmo que sejam críticas, é porque alguém que amo e que me ama, inspirou-me a escrever. Então, tudo tem sentido, cada coisa me importa. 

20 de jul. de 2012

O oportuno Dia do Amigo.


É possível haver unidade na diversidade, pois existe a amizade para transpor todas as diferenças e criar a harmonia de uma única realidade - a convivência alegre da vida entre amigos. 

Hoje é o dia oportuno para voltar a escrever no meu blog, pois é o Dia do Amigo. Neste dia lembro as pessoas que passaram pela minha vida, e se hoje, algumas não estão mais comigo, seja porque passaram desta pra melhor – que Deus o tenha – ou porque perdemos o contato, nada impede que eu exponha meu sentimento de alegria ao me dirigir a quem ainda está presente e que me dá tantas alegrias.

Com os amigos eu aprendi a ser feliz sem preocupações exageradas, já que amigos de verdade permanecem quando descobrem suas fragilidades. Os amigos estão presentes nos melhores e piores momentos, partilhando fatos que duplicam a alegria e dividem o sofrimento. Mas nada é mais valioso do que observar com gratidão, o quão diferentes são entre si os amigos do mesmo círculo de amizade.

Houve tempo em que me suportaram, houve tempo em que os suportei. Aprendi, multipliquei, dividi, cai e levantei, sempre com meus amigos. Afinal, amigos não são apenas aqueles que conhecemos ao longo da vida, mas também são os consanguíneos membros da família. Porém, com toda a riqueza que existe na amizade sincera e verdadeira, percebemos uma decadência do contato entre amigos, muitas vezes justificado erroneamente pela correria do dia a dia.

Por isso, para que o cotidiano não roube de você a melhor coisa da vida, pense sempre em valorizar aqueles que você tem e fazer novas amizades para ser ainda mais feliz. Já dizia Vinícius de Moraes: Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Então, seja verdadeiramente amigo de todos os que o cercam, para que também os seus amores sejam amigos, e assim, bastará pensar que perdê-los te enlouquecerá, para ir até às últimas consequências na luta pela fidelidade e harmonia, construindo uma convivência que gera unidade na diversidade.

Este dia é a uma oportunidade de reconciliar, recuperar, lapidar, conversar e ser feliz. Ligue, escreva, exponha seus sentimentos. Seja livre, feliz e autêntico. Um amigo de verdade é pra toda vida, desde que você não se iluda que ele(a) seja perfeito. E lembre-se, a única certeza é que um dia ele te decepcionará. Você um dia o decepcionará também. Mas, se forem mesmo amigos, não há com o que se preocupar. FELIZ DIA DO AMIGO!


23 de abr. de 2012

Que minha vida seja um livro digno de ser lido.



Os livros sempre fizeram parte da minha vida. Lembro que meu pai – meu herói – mesmo não possuindo muito estudo, era um consumidor assíduo dos vendedores de enciclopédia; no começo, eu ainda pequenino, não fazia a mínima ideia do motivo pelo qual aquele homem colecionava tantos livros em uma estante, que tomava 50% da grande sala da minha casa. Mesmo não havendo mais espaço ele continuava a comprar e meu questionamento aumentava. Porque ele não abria os livros para ler, nem a minha mãe? – ela, pelo menos, folheava aqueles monumentos de capa dura com imagens esplendorosas – principalmente um de nome: As Plantas que Curam.

Não havia muito que fazer na rua, eu não era dono de bola de futebol e jogava tão mal, que sempre ficava por último na escolha dos amigos, então, preferia não sair de casa para isso, quando ia empinar pipa, passava alguns instantes e era taiado/cortado (como se dizia lá em Mauá), e como não tinha coragem de sair na rua para reclamar os meus direitos, preferia voltar para dentro de casa, acontecia a mesma coisa quando perdia um pião na sela, ou quando perdia minhas bolinhas de gude. Em meio a estes dramas da infância, descobri como eram ricos os livros e como eles eram amigos que não me tiravam nada, só acrescentavam. Passei a ter uma relação diária com eles e ia viajando em cada página, prestando atenção em cada detalhe e arriscando repetir em voz alta os termos mais difíceis – neste tempo também conheci o Aurelião, com quem convivo lado a lado até hoje.

Os anos foram passando e minha biblioteca foi aumentando, lembro até de uma vez que forcei meu pai a comprar uma coleção, ameaçando não parar de chorar nunca mais – ele comprou é claro – o nome da coleção era: Porque? Conheci a as enciclopédias Barsa, Conhecer o Brasil, Conhecer o Universo, Coleção Vaga-Lume e os mais variados autores, pensadores, poetas e filósofos, além de todas as versões de dicionário disponíveis. Por causa disso, meu pai era feliz e minha mãe também, pois os livros me mantinham longe de alguns perigos e eu não ir mal na escola. Todo o esforço do meu pai, começou a ter sentido na minha escolha pelos livros, agora sim eu sabia, foi em prol da minha educação que ele comprou o que não pode receber um dia. Folheando aquelas páginas, vivia dias mágicos, eu conheci o mundo e suas criaturas, nada era impossível para os livros, tão pouco para mim, bastava ler uma página e fechar os olhos, lá estava eu, aonde quisesse estar.


Hoje é o Dia do Livro, pode-se dizer também Dia da Cultura, e eu não poderia deixar passar esta data sem fazer uma homenagem aos meus amigos inseparável, devo o que sou também a eles e por isso seguro-os com minhas mãos todos os dias da minha vida, assim me sinto seguro e motivado a sonhar para concretizar estes sonhos. E ainda que meus amigos venham a se tornar uma tela de computador/tablet/smartphone, quero todos os dias trazê-los diante dos olhos e seguir em frente me espelhando em seus ensinamentos, e acreditando que o melhor há de vir, porque a sabedoria que emana destas páginas infinitas espalhadas pelo mundo, são o meu destino infinito de conhecimento – sei que nada sei, mas com eles posso tudo. Ou não está escrito no mais celebre de todos os livros, que Deus é o Verbo e o Verbo é a Palavra escrita no Livro que tudo fez, inclusive a vida? Para todos os crêem e aos que não crêem, podemos dizer juntos: o Livro é tudo! Deixe-o levar para o infinito. Esta é a história do livro na minha vida; e a sua, qual é?