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13 de fev. de 2012

Natureza dos fatos – eco da lógica

Porque foi que o mundo ficou por um fio? Certamente o motivo está longe de ser ecológico, como muitos querem fazer crer, o verdadeiro mal do mundo é a ausência do senso de pertença ao planeta, falta de senso de pertença social – pertença de um ao outro. Você já viu alguém cuidar de alguma coisa que ele não considera sua, ou pelo menos, importante para si e para os seus? Nem eu! Por isso, entendo que o ser humano não pode ser um elemento secundário neste processo de "salvação do planeta", enquanto todos os outros elementos são super valorizados. Não há dúvida que na natureza dos fatos, existe uma proporção inversa/injusta de valores: de um lado e privilegiada, a excessiva exaltação dos animais e natureza (meio ambiente ecológico), do outro, e inferiorizada, a preocupação com a edificação da pessoa no meio ambiente em que vive e sua relação com a natureza (meio ambiente total). É preciso sim uma ação eco-lógica, mas que ecoe a lógica do ser humano como único capaz de reverter a natureza dos fatos.

Eu entendo o nobre objetivo de proteger o planeta e sua natureza, mas questiono o fato de não focarmos o discurso na soberana valorização da natureza humana. O atual discurso é sempre pejorativo, por exemplo: você não está fazendo direito; você está sufocando o planeta; você destruiu o planeta; você maltrata a natureza; enfim, você é o mal do mundo! E assim tão bem mal falado, quem vai se sentir motivado e entusiasmado a sustentar a sustentabilidade de seu habitat? Ninguém!

Sem o “eco” deste raciocínio, não há “lógica” ecológica!

Por assim dizer, é natural que ecoe a lógica da valorização da natureza humana; tanto como espécie a ser preservada, quanto artífice principal da preservação de tudo e de todos. Em certo sentido, há de se ter em vista, sobretudo, uma “ecologia humana” que evolua para “ecologia cultural”, ou seja, o desenvolvimento do “ser” humano, para uma boa relação com os demais “seres”, no meio ambiente.

Não é inteligente levar pessoas à autocondenação para conscientizar, por isso, quem sabe os psicólogos possam ajudar os ambientalistas desavisados a entender que é valorizando a pessoa que se cria autoestima, aliás, necessária em ações inteligentes desta natureza. Também não é muito coerente perceber a maioria dos “salvadores planetários”, se utilizando das maravilhosas ferramentas criadas pelos homens – sem as quais, sequer o trabalho ambientalista seria possível – e simultaneamente pixar estes mesmos homens como monstros destruidores. Tais supostos eco-messias, escovam os dentes com a torneira aberta e deixam escorrer sua credibilidade, culpando seus potenciais aliados.

Está certo que fizemos muito mal ao planeta e quase nada para reparar isto, portanto, vamos levar as pessoas a sustentar que é possível fazer mais. Existem sim, opiniões divididas sobre o assunto: uns acreditam positivamente que é possível mudar e influenciar para que todos mudem, outros preferem desistir antes de ingressar no desafio – que se vencido – significará a garantia de tranquilidade para os que virão depois de nós. Pensar que o pouco que fizermos de bom, em nada irá colaborar com o bem do planeta, é ignorar que o pouco que não fizemos até agora, foi a causa responsável pelo estado em que ele se encontra, no entanto, não é preciso colocar a natureza humana, sob a natureza, como se fosse uma sub-natureza e sim, elevar a natureza humana à dignidade de in natura, neutralizando o outro extremo, também nocivo, de que o ser humano está sobre a natureza, só assim, haverá harmonia na natureza dos fatos como eco da lógica.


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