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26 de fev. de 2012

A coisa ficou preta, me deu branco!


A última escola campeã encerrou o seu desfile, o último bloco de rua se recolheu e mesmo que os trios elétricos da Bahia não parem, o Carnaval acabou e eu me dei conta que o ano começou, mas pior, ou melhor do que isso, percebi que já estava nos dias de outro texto para o blog, respirei fundo, olhei à minha volta e...não encontrei nada que me inspirasse - nossa a coisa ficou preta, deu branco geral. Fiz uma tentativa de reproduzir o efeito pedra na lagoa; sabe quando jogamos uma pedra na água e ela propaga círculos concêntricos, que em forma de ondas abrangem cada vez mais espaço no dinâmico movimento crescente de seus diâmetros? Foi assim que pensei, pen..sei, pen...sei e disse comigo mesmo, já sei! 

Vou escrever sobre a “opinião” – mas como escrever sobre a opinião, se a opinião é um modo pessoal de ver as coisas? Aliás, ela é uma forma tão individual de expressão, que é melhor respeitá-las todas, do que se aventurar em comentá-las, como se fosse um jogo de erros ou acertos. Apesar das opiniões poderem ser rebatidas, discutidas, promovidas e além de criarem referencias para a formação da opinião pública, ainda penso que é melhor enxergar a opinião de cada um, como uma parte integrante da pessoa e, respeitando a tal opinião alheia, promover também a liberdade plena de expressão a todos, pois, valorizando a voz do outro salvaguardo a retribuição do respeito quando eu emitir a minha própria opinião. Não vai dar pra falar de opinião não; só tenho a minha, quase sempre ela só serve pra mim, e se eu falar das outras, vou me sentir um juiz...

...vou escrever sobre a “política” – sobre a falência deste atual sistema de governo, incapaz de funcionar a nosso favor; mas isso todo mundo já sabe! Mesmo que eu insista em falar a respeito, quem vou sugerir para ocupar o lugar dos desagradáveis de agora? Não quero me contagiar com essa peste chamada partido, em nenhuma de suas várias mutações e siglas virulentas. Se o Governo e a tal base governista quer alguma coisa, mesmo que minimamente a nosso favor – o que é raro – a oposição barra, antevendo a força publicitária deste bem, contra eles  no futuro, e vice-versa. A rede, neste caso, de esgoto, flui assim: este cara erra aquele não pune, o outro se cala porque já foi beneficiado pelo primeiro que ajudou o segundo a chegar no cargo, e que futuramente ameaça fazer aliança com a oposição, então, é melhor tê-lo a meu lado do que do outro, seguem pondo panos quentes e indignando o povo, infelizmente ainda estático. Ah..., mas o "barrigudinho" de Sampa (o Prefeito) fundou um partido de centro! Verdade, porém, se todos os outros são como esgoto a céu aberto, penso que esta ideia de não direita nem esquerda, vai funcionar como ralo, ou seja, tudo que não serve mais pra nada entra nele, e nós pelo cano – esta é apenas uma forma mais profunda/subterrânea de ver o sistema. Definitivamente não dá pra falar de política, eu não entendo nada de Estação de Tratamento de Esgoto...

...útima tentativa, vou escrever sobre a “discriminação” – só que quando eu penso em discriminação, interpreto no sentido de preconceito e intolerância, mas observei que o preconceito é inerente à pessoa humana. Não vem com essa conversa de: “não tenho preconceito”; porque de uma ou outra coisa, e/ou pessoa, você tem! Isso é fruto da mania universal de generalizar tudo e todos; os raciocínios funcionam mais ou menos desta forma: todo homossexual é pervertido, todo muçulmano é terrorista, todo cristão é alienado, todo católico é pedófilo, todo homem é machista, toda mulher é submissa, todo “intelectual descolado” não tem preconceito – piada – experimenta falar pra ele sobre algum dogma religioso, e etc. Já sei o que vão me dizer: eu generalizei no parágrafo de cima e indiretamente afirmei: nenhum político presta! Portanto, discriminei a classe política. Se diante da frieza com que encaram os problemas sociais e a mortalidade diária de pessoas vitimadas pela inércia Estatal, você me convencer que eles fazem parte da raça humana, eu volto atrás (ironia com exagero – será? – leia neste link 2º parágrafo). Tem outra coisa, vejo muita gente combatendo o preconceito, mas discriminando quem não tem a mesma opção; muito engraçado promover a liberdade de um grupo ridicularizando o outro, às vezes até utilizando as mesmas estratégias que condenam. Parece mais uma guerra irracional que uma discussão consciente para promover a tolerância, a qual prefiro chamar de: paz na convivência harmoniosa das diferenças - e afirmo ser possível. Quanto à violência, fora os que a praticam, todos são contra, mas se ninguém é punido, o problema é outro. Sem contar que no Brasil, se você falar algo sensato, tem que passar o resto da vida pedindo desculpas, ao passo que quando fala "merda", quase sempre vira hit. Porém, o sensato dito sem respeito é pior que agressão física.

Eita! Acabou o espaço e ainda não tenho o texto, bom, acho que vou ficar dentro mim mesmo com este branco, porque quando olho lá pra fora, a coisa ta preta - e olha que eu não sou flor que se cheira!

Colaboração e inspiração do tema - Fernando Nogueira  - para freela veja portfólio.


16 de fev. de 2012

Carnaval de enredo errado – onde foi que erramos?

Mais um ano que o Brasil desfila para o mundo no ritmo dos enredos junto com todos os brasileiros, ou melhor, quase todos. O carnaval é a maior festa popular do planeta e nela, festejamos a cultura e a alegria do povo através da arte, dança e muita música; existem outras coisas misturadas aí no meio, mas eu comentarei no decorrer do texto. O carnaval é sim, uma face da identidade cultural do país, apesar de muitos não gostarem, nem de longe, da apoteótica afirmação: Brasil, país do Carnaval! Porém, é inegável que nele esteja contido e preservado – em alguns momentos penso que esteja deteriorado – um patrimônio de tradição, cultura, folclore, história, arte, música entre outros aspectos sócio-euro-afro-brasileiros. E se esta festa internacional é algo assim tão bom, que reúne milhões de pessoas do mundo inteiro nas avenidas e salões, para festejar, cantar, dançar, pular e etc (este "etc" nunca esteve tão carregado de malícia e duplo sentido), então, o que há de errado com o carnaval? Nada!

Definitivamente o erro não está no carnaval em si, seja no salão ou na avenida, regado ao que quer que seja, pois os foliões são todos de maior e cidadãos livres em um país democrático – pelo menos teoricamente. Afinal, mesmo os contrários à festa, e mesmo os mais conservadores, têm seus dias de devaneio, ainda que depois escondam seus desvarios por de trás da máscara social do politicamente correto. Entendam, não existe mal no carnaval, só porque é uma festa popular de adesão em massa. Os que se irritam com isso é porque não conseguiram a mesma adesão em seus empreendimentos. O verdadeiro perigo é que a maioria não consiga, depois que ele acabar, diferenciar a ornamentada farra foliônica e as fantasias alegóricas, da realidade cotidiana. 

Seduzidos pelo enredo, acabam por viver errado o ano inteiro, sem considerar os quesitos que constituem uma nação campeã, ou seja, o povo deve estar na comissão de frente do país e não os políticos (preste atenção na próxima eleição); isto levará à evolução de seus valores, se também agirem todos em conjunto e harmonia a exemplo de uma bateria. Do contrário, o samba enredo da vida não será animado como o casal de mestre sala e porta bandeira, viverão de alegoria e adereços, tudo será fantasia.

Antigamente ainda tínhamos as marchinhas carregadas de expressões populares urbanas, críticas e até de protesto para ajudar, mas infelizmente e forçadamente, as marchinhas cederam lugar aos exércitos alegóricos de carros tecnológicos e enredos encomendados, fazendo marketing pessoal ou propagandas patrocinadas, por vezes eleitoreiras (eu confesso: ganho dinheiro com publicidade). Sem falar do erotismo explorado e posteriormente repercutido em dados estatísticos de violência contra a mulher. Posso até estar exagerando, no entanto, julgue você mesmo: será que se a mulher fosse evidenciada de outra forma, estas agremiações, constituídas verdadeiros formadores globais de opinião, não conseguiriam transmitir que a mulher brasileira é mais do que carne e sedução? 

Penso sinceramente que enquanto as escolas de samba não se tornarem escolas de consciência (moinhos de protesto), o povo não sairá para defender os seus direitos (mais ou menos como escrevi no primeiro parágrafo do texto: Um povo submerso e soterrado). Esta é a constatação, ao comparar a capacidade de mobilização do povo brasileiro em aglomerações, formadas nos eventos característicos da cultura do nosso país, com os protestos e manifestações de interesse público/político/social. Não é sóbria, a nação que esbraveja nas conversas dos corredores, elevadores, bares e restaurantes, indignada com a situação política e estrutural do país, deixando, no final das contas, tudo por isso mesmo. Deve existir na história, algo que comprove o momento da aplicação de um entorpecente na massa, ocasionando estas consequências crônicas – não me espantaria se nos próximos dias, encontrássemos indícios sintomáticos deste alucinógeno alienante por aqui e por ali, sem generalizar.

Curtam a festa, eu também vou, mas depois da passarela vamos desmascarar este país! Aliás, convenhamos, no Brasil, o ano só começa depois do carnaval.


13 de fev. de 2012

Natureza dos fatos – eco da lógica

Porque foi que o mundo ficou por um fio? Certamente o motivo está longe de ser ecológico, como muitos querem fazer crer, o verdadeiro mal do mundo é a ausência do senso de pertença ao planeta, falta de senso de pertença social – pertença de um ao outro. Você já viu alguém cuidar de alguma coisa que ele não considera sua, ou pelo menos, importante para si e para os seus? Nem eu! Por isso, entendo que o ser humano não pode ser um elemento secundário neste processo de "salvação do planeta", enquanto todos os outros elementos são super valorizados. Não há dúvida que na natureza dos fatos, existe uma proporção inversa/injusta de valores: de um lado e privilegiada, a excessiva exaltação dos animais e natureza (meio ambiente ecológico), do outro, e inferiorizada, a preocupação com a edificação da pessoa no meio ambiente em que vive e sua relação com a natureza (meio ambiente total). É preciso sim uma ação eco-lógica, mas que ecoe a lógica do ser humano como único capaz de reverter a natureza dos fatos.

Eu entendo o nobre objetivo de proteger o planeta e sua natureza, mas questiono o fato de não focarmos o discurso na soberana valorização da natureza humana. O atual discurso é sempre pejorativo, por exemplo: você não está fazendo direito; você está sufocando o planeta; você destruiu o planeta; você maltrata a natureza; enfim, você é o mal do mundo! E assim tão bem mal falado, quem vai se sentir motivado e entusiasmado a sustentar a sustentabilidade de seu habitat? Ninguém!

Sem o “eco” deste raciocínio, não há “lógica” ecológica!

Por assim dizer, é natural que ecoe a lógica da valorização da natureza humana; tanto como espécie a ser preservada, quanto artífice principal da preservação de tudo e de todos. Em certo sentido, há de se ter em vista, sobretudo, uma “ecologia humana” que evolua para “ecologia cultural”, ou seja, o desenvolvimento do “ser” humano, para uma boa relação com os demais “seres”, no meio ambiente.

Não é inteligente levar pessoas à autocondenação para conscientizar, por isso, quem sabe os psicólogos possam ajudar os ambientalistas desavisados a entender que é valorizando a pessoa que se cria autoestima, aliás, necessária em ações inteligentes desta natureza. Também não é muito coerente perceber a maioria dos “salvadores planetários”, se utilizando das maravilhosas ferramentas criadas pelos homens – sem as quais, sequer o trabalho ambientalista seria possível – e simultaneamente pixar estes mesmos homens como monstros destruidores. Tais supostos eco-messias, escovam os dentes com a torneira aberta e deixam escorrer sua credibilidade, culpando seus potenciais aliados.

Está certo que fizemos muito mal ao planeta e quase nada para reparar isto, portanto, vamos levar as pessoas a sustentar que é possível fazer mais. Existem sim, opiniões divididas sobre o assunto: uns acreditam positivamente que é possível mudar e influenciar para que todos mudem, outros preferem desistir antes de ingressar no desafio – que se vencido – significará a garantia de tranquilidade para os que virão depois de nós. Pensar que o pouco que fizermos de bom, em nada irá colaborar com o bem do planeta, é ignorar que o pouco que não fizemos até agora, foi a causa responsável pelo estado em que ele se encontra, no entanto, não é preciso colocar a natureza humana, sob a natureza, como se fosse uma sub-natureza e sim, elevar a natureza humana à dignidade de in natura, neutralizando o outro extremo, também nocivo, de que o ser humano está sobre a natureza, só assim, haverá harmonia na natureza dos fatos como eco da lógica.


8 de fev. de 2012

Papai, mamãe, se troquem que vamos ao fast-food!

Eu sou um apaixonado entusiasta da propaganda, com todos os seus recursos honestos, criativos, inteligentes e humorísticos de publicidade, ancorados nas estratégias mercadológicas construídas a partir das pesquisas de mercado, e sei perfeitamente que a propaganda influência – muito – no psicológico da pessoa, na formação de hábitos comportamentais de consumo e no relacionamento de cada pessoa com o outro, com as coisas e consigo mesmo, mas convenhamos sem drama: ninguém é mais afetado por ela que as crianças. Só que convenhamos também, sinceramente, que até quem levanta a bandeira da “não publicidade” voltada aos desejos e interesses das crianças, precisa vender o seu peixe, então nada de combater a publicidade, alegando ser a exclusiva causadora dos males denominados: obesidade infantil, anorexia, vícios diversos, síndrome do consumismo e etc. 

Vamos discutir primeiro, a influência determinante dos hábitos de consumo dos pais (ou adultos responsáveis) em relação às crianças e a educação nas escolas públicas e privadas. Aliás, propaganda não tem como função primordial educar, apesar deste fato não anular sua responsabilidade coadjuvante no processo, antes, propaganda existe essencialmente para informar/anunciar, portanto, televisão, vídeo game, computador, smartphone, tablet, jornais e revistas são seu habitat natural de estímulo ao consumo. Quem acompanha meu blog pode ter a impressão de uma contradição em relação ao texto Marketing de faxada in-sustentável, onde escrevo: “Hoje o marketing e a propaganda estão convidados, se não obrigados, a educar o consumidor a consumir” Afirmo não haver contradição, mas compreensão do termo "estão convidados, se não obrigados" como uma participação auxiliar - coadjuvante! É claro, devem ser evitados exageros, mas, publicidade precisa mexer na imaginação, seduzir, envolver, ou então não subsistiria em si mesma e haveríamos de condenar também os livros, filmes, peças teatrais, desenhos, desfiles de moda e tudo mais que possa influenciar na formação de um hábito, digamos indesejado, na criança. No entanto, seria  uma censura, ou seja, ato anti-educativo.

Ainda não tenho filhos, o que reduz consideravelmente minha autoridade para falar de educação dos filhos, porém, posso fundamentar este texto em alguns dados constrangedores: 99% dos pais e 98% dos filhos declaram assistir a TV juntos, 89% dos filhos e 90% dos pais dizem que navegam juntos na internet e 91% dos pais afirmam ler com os filhos. Mas é na frente da TV que a coisa pega; 83% dos pais dizem perceber o interesse das crianças em determinados produtos, aumentando o interesse em datas especiais e muitas vezes, os filhos expressam claramente seu desejo no momento da propaganda. E se a criança aprende seus primeiros passos para o consumo, com os detentores da grana dentro de casa, não há de se esperar uma responsabilidade primordial da conduta familiar, liberando ou retraindo o consumo de seus pequenos?

A ação conjunta é a solução de bom senso, afinal nenhuma criança manda pai e mãe se arrumar para ir comer no fast-food gordurento, ou manda ir ao shopping gastar com moda no cartão de crédito, a não ser que aprendeu este caminho antes e de forma desordenada. Esta questão não é brincadeira e precisa ser vista à luz de alguém menos ignorante que eu, por isso, concluo com o testemunho da minha amiga Hegli Kovacic, mãe e educadora pós-graduada em educação ambiental; ela escreveu o seguinte em seu blog: “Desde pequeno nós (meu filho e eu) conversamos sobre o ato de consumir, fazemos perguntinhas simples que nos ajudam a definir uma compra: Eu preciso disto? Isto vale o preço que estão cobrando? Como e onde isso foi fabricado? Sempre tentei abarcar os aspectos ambientais, econômicos e sociais de forma didática e simples.” Visite Educação Ambiental Contemporânea e veja qual foi resultado obtido na criança que ela educou.

Mas, se você tentar e não conseguir o mesmo resultado com os seus filhos, não tenha tanta pressa, porque educação não é feita em 30 segundos de propaganda, na visita de um site ou com a leitura de uma página de revista - insista não desista! Tão pouco transfira plena culpa à parcialmente responsável Publicidade.


2 de fev. de 2012

As famigeradas sacolinhas plásticas

Inventado por Alexander Parkes (inglês) em 1862, o plástico (do grego plastikós - próprio para ser moldado ou modelado) até poucos anos atrás era obtido apenas a partir do petróleo, hoje, também pode ser produzido à base de matérias-primas renováveis como cana-de-açúcar, amido de milho, óleos de girassol, soja e mamona, criando os plásticos biodegradáveis ou tecnicamente hidro-biodegradáveis e os oxibiodegradáveis, todos ainda duvidosos em sua eficácia. O plástico ganhou o mundo principalmente a partir de meados do século passado, reduzindo custos comerciais e alimentando impulsos consumistas. À medida que a ciência produziu novas resinas para aprimorar suas propriedades, as aplicações se multiplicaram, devido às características bastante atrativas, como: praticidade, força e resistência, durabilidade, baixo peso, assepsia, proteção contra água e gases, resistência à maioria dos agentes químicos, boa processabilidade, baixo custo etc. Contudo, ele persiste decadas² no meio ambiente. Logo, a versátil invenção econômica e pratica do passado, se constitui um imenso abacaxi do presente, a ser descascado no futuro. 

Mas já que o foco do momento são as famigeradas sacolinhas de plástico, vamos a elas. Estima-se no mundo o uso de 1 milhão de sacolas por minuto, quase 1,5 bilhão por dia, mais de 500 bilhões poa ano. Seu descarte irresponsável é um dos principais responsáveis pelo entupimento da drenagem urbana e pela poluição hídrica, sendo encontradas até no aparelho digestivo de alguns animais. Além disso, contribuem na formação de zonas mortas com até 70 mil km no fundo dos oceanos. No Brasil, a cada mês, 1 bilhão de sacolinhas são, ou eram (sei lá), distribuídas pelos supermercados; significa 33 milhões por dia e 12 bilhões por ano. Só no estado de São Paulo são consumidos 2,5 bilhões de sacolas por ano, cerca de 700 por habitante. Claro que diante destes dados, minimizar o consumo de sacolinhas, reduzindo seus efeitos nocivos ao planeta, deve ser uma constante em nossas atitudes – todos concordam!? Afinal, a preservação do meio ambiente é urgente, pois o problema a ser enfrentado é um verdadeiro pepino global em nossas mãos.

Por estas e outras, o Governo de São Paulo a exemplo de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Paraná, Recife e Espírito Santo, que seguiram por sua vez, o exemplo de EUA, Reino Unido, China, Irlanda, Ruanda, Quênia, Uganda, Somália, Bangladesh e Itália, decidiu amplificar a discussão sobre a proibição das sacolas plásticas, ou medida restritiva, como queiram, através de um acordo com as grandes redes supermercadistas representadas pela APAS – acordo que não é Lei – até porque a Lei foi suspensa e o acordo era a única saída para nos prejudicar ainda mais, com incômodos + R$0,19 p/un. A polêmica cresceu e passou a ser o assunto corrente em tudo que se chama mídia, produzindo uma montanha de abobrinhas sem precedentes sobre o tema e o que é pior, sem chegar a nenhum consenso satisfatório.

Então, diante do plástico como grande abacaxi, do pepino ambiental e deste monte de abobrinhas argumentativas (talvez...inclusive até estas minhas), decidiram escolher um bode expiatório, escondendo sob, ou dentro dele, tudo que causa danos ao pobre planeta – o nome do bode é: sacolinha. Cômico não? A tentativa foi colocar na frágil sacolinha o pepino, o abacaxi, as abobrinhas e o próprio bode, por isso ela se rompeu caindo problema para todos os lados em forma de polêmica generalizada.  Nós sabemos que não cabe dentro da sacolinha o carbono, o combustível, o desmatamento, o consumo excessivo de energia, a poluição química das águas, vazamentos de petróleo, os agrotóxicos alimentares e etc; convenhamos, são muito mais nocivos e diga-se de passagem, não recebem a mesma repercussão. Porém, isso não justifica continuarmos com o uso irresponsável das tais sacolinhas, mas justifica a indignação onde não há educação – Educação! – e lembre-se: o bom exemplo não é a melhor forma de educar, sim a única.    

Portanto, vamos combinar uma coisa? Se você não concorda com o acordo "para tirar o planeta do sufoco", pelo menos utilize menos sacolinhas e de forma consciente, se você é a favor do acordo, respeite a liberdade de todos e a democracia, pois nenhuma ideia pode ser enfiada à força na cabeça das pessoas em forma de Eco Bag, ou conseguida com o sufoco alheio. E já que estamos falando de plastikós (próprio para ser moldado ou modelado), vamos aproveitar  a oportunidade, aprender esta propriedade dele  e fazê-la uma virtude em nossa vida, moldando nossas atitudes às exigências dos novos tempos. Depois, todos juntos poderemos sem demagogia, tirar a cabeça da sacola e amplificar as vozes em uníssono, contra todas as outras formas piores, de agressão ao planeta.


Informações importantes:

Opinião contra da Plastivida;
Opinião favorável ao acordo Vamos Tirar o Planeta do Sufoco
Publicidade/Propaganda pode possibilitar a distribuição gratuita das sacolinhas novamente; 
Procon decidiu multar os supermercados que não oferecerem alternativa gratuita todo o dia.