Não é só porque ela tem o título de cidade brasileira mais
influente no cenário mundial, sendo considerada a 14ª cidade
mais globalizada do planeta (eu diria conectada), recebendo a
classificação de cidade global alfa, por parte do Globalization and
World Cities Study Group & Network (GaWC) que merece tanta
repercussão, ela também é a capital do estado de São Paulo e
principal centro cultural, artístico, gastronômico, financeiro, corporativo
e mercantil da América Latina. É a cidade mais populosa do
Brasil, do continente americano e de todo o hemisfério sul,
posicionando a Megalópole como a sexta maior cidade do planeta, definitivamente
seu lema é oportuno para definir em que a Cidade de São Paulo se tornou, diante do
Brasil e do mundo: Non ducor duco (Não sou conduzido, conduzo.)
E o que vemos quando ficamos cara a cara com São Paulo?
E o que vemos quando ficamos cara a cara com São Paulo?
Minha prezada cidade.
Minha estimada Sampa.
Minha cara capital.
Minha cara capital revela o rosto e a face do mais selvagem
capital, talvez por isso viver aqui nos custe o olho da cara, tornando muitas
pessoas cegas à sua beleza. Minha cara capital revela as duas faces da moeda
social, forçando ricos e pobres a dividirem os mesmo espaço territorial,
criando no horizonte um aspecto imoral, certa poluição visual, porque é muito
desigual (uma desigualdade expressa na paisagem da cidade e me faz lembrar a
pergunta do contundente artista Pedro João Cury, meu amigo, mestre, educador e
professor: O que polui mais a cidade, o carbono lançado na atmosfera ou a
desigualdade estampada no seu retrato cinza estático?) Responda quem puder...quem quiser. Depois acrescente a tudo isso o trânsito infernal transfigurando o semblante
de qualquer mortal, um “atrito constante a gerar energia” (Rico Lins), posteriormente canalizada para arte ou para ira.
Mas como quem vê cara não vê coração, minha cara capital não
deve ser julgada pela aparência e diante de sua beleza, não hesito em expressar o que me apaixona em sua silhueta. A cara capital é um
barato, é gostosa! E é a minha cara; motivo da minha alegria ao ver tantos estilos e cores
formando uma única fisionomia urbano/cultural, além das ideologias distintas, reflexo de
várias opções de vida convivendo juntas, infelizmente ainda não em completa
harmonia.
Exatamente por isso, minha cara capital precisa de cada um
de nós, de você e eu. Ela precisa de gente que se lance com a cara e a coragem
na valorização da beleza existente nas diferenças, são pluralidades desta una sociedade
– pelo menos este é o ideal – e assim, revelar ao mundo uma São Paulo sem
preconceitos, sem desigualdade e sem violência excludente, só então, poderemos
fazer juz ao lema Non ducor duco, tornando-o uma realidade pessoal, urbana e
social. No fim de tudo, quando será o verdadeiro começo, valerá a pena ter
esperado a maior “cara” para conseguir a liberdade nesta cara capital. Uma oportunidade marcante na história da nossa geração, e é esta oportunidade que realmente me
seduz, motiva e encanta, poder lutar a cada dia para romper as trincheiras da intolerância
na minha, na nossa, cara capital.
É meu caro amigo, minha cara amiga, este é o rosto literal da nossa
cara capital.
Pena que ela seja conduzida por tantos caras de pau!
Marcelo, que prazer ler textos tão bem escritos!!! E que bela homenagem à nossa cara capital!!!! Parabéns!!!!
ResponderExcluirDeia(esposa do Carlão).
Obrigado pelas palavras Deia, vc e seu marido são amizades que constituem parte fundamental para continuar - feliz feriado.
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