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24 de jan. de 2012

458 anos - Parabéns sampa! Minha “cara” capital.


Eu não poderia deixar passar na frente da minha cara esta data tão especial de repercussão internacional, sem escrever algo em homenagem à Grande e Criativa Cidade de São Paulo, nascido e criado aqui, ela é minha inspiração; vou seguindo seus passos e reinventando meus estilos em cada fase da vida. 

Não é só porque ela tem o título de cidade brasileira mais influente no cenário mundial, sendo considerada a 14ª cidade mais globalizada do planeta (eu diria conectada), recebendo a classificação de cidade global alfa, por parte do Globalization and World Cities Study Group & Network (GaWC) que merece tanta repercussão, ela também é a capital  do estado de São Paulo e principal centro cultural, artístico, gastronômico, financeiro, corporativo e mercantil da América Latina. É a cidade mais populosa do Brasil, do continente americano e de todo o hemisfério sul, posicionando a Megalópole como a sexta maior cidade do planeta, definitivamente seu lema é oportuno para definir em que a Cidade de São Paulo se tornou, diante do Brasil e do mundo: Non ducor duco (Não sou conduzido, conduzo.)

E o que vemos quando ficamos cara a cara com São Paulo?
Minha prezada cidade.
Minha estimada Sampa.
Minha cara capital.

Minha cara capital revela o rosto e a face do mais selvagem capital, talvez por isso viver aqui nos custe o olho da cara, tornando muitas pessoas cegas à sua beleza. Minha cara capital revela as duas faces da moeda social, forçando ricos e pobres a dividirem os mesmo espaço territorial, criando no horizonte um aspecto imoral, certa poluição visual, porque é muito desigual (uma desigualdade expressa na paisagem da cidade e me faz lembrar a pergunta do contundente artista Pedro João Cury, meu amigo, mestre, educador e professor: O que polui mais a cidade, o carbono lançado na atmosfera ou a desigualdade estampada no seu retrato cinza estático?) Responda quem puder...quem quiser. Depois acrescente a tudo isso o trânsito infernal transfigurando o semblante de qualquer mortal, um “atrito constante a gerar energia” (Rico Lins), posteriormente canalizada para arte ou para ira. 

Mas como quem vê cara não vê coração, minha cara capital não deve ser julgada pela aparência e diante de sua beleza, não hesito em expressar o que me apaixona em sua silhueta. A cara capital é um barato, é gostosa! E é a minha cara; motivo da minha alegria ao ver tantos estilos e cores formando uma única fisionomia urbano/cultural, além das ideologias distintas, reflexo de várias opções de vida convivendo juntas, infelizmente ainda não em completa harmonia.

Exatamente por isso, minha cara capital precisa de cada um de nós, de você e eu. Ela precisa de gente que se lance com a cara e a coragem na valorização da beleza existente nas diferenças, são pluralidades desta una sociedade – pelo menos este é o ideal – e assim, revelar ao mundo uma São Paulo sem preconceitos, sem desigualdade e sem violência excludente, só então, poderemos fazer juz ao lema Non ducor duco, tornando-o uma realidade pessoal, urbana e social. No fim de tudo, quando será o verdadeiro começo, valerá a pena ter esperado a maior “cara” para conseguir a liberdade nesta cara capital. Uma oportunidade marcante na história da nossa geração, e é esta oportunidade que realmente me seduz, motiva e encanta, poder lutar a cada dia para romper as trincheiras da intolerância na minha, na nossa, cara capital. 

É meu caro amigo, minha cara amiga, este é o rosto literal da nossa cara capital.
Pena que ela seja conduzida por tantos caras de pau!


2 comentários:

  1. Deia Martelletti24/01/2012, 23:59

    Marcelo, que prazer ler textos tão bem escritos!!! E que bela homenagem à nossa cara capital!!!! Parabéns!!!!
    Deia(esposa do Carlão).

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  2. Obrigado pelas palavras Deia, vc e seu marido são amizades que constituem parte fundamental para continuar - feliz feriado.

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