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31 de mar. de 2012

Como um Hezbollah da bola, matam em nome de FuteBaal.

Se eu não começar este texto dizendo o quanto gosto de futebol e até de jogar nas raras vezes que consigo isto entre amigos, poderão pensar quiçá dizer, que sou um rebelde sem causa contra a paixão da nação. Então eu afirmo: não sou um anti-cultura, tão pouco um crítico gratuito; não! Sou apenas um indignado querendo ir ao estádio com a namorada, humanamente tremendo de medo e acuado. Por isso, sigo curtindo futebol na sala, com meu grande pai ao lado e pipoca no colo, quase sempre calado, pois o vizinho pode ser um fanático.

Cada vez mais o futebol é a causa de uma espécie de neo-fundamentalismo, sobretudo por parte de torcedores desequilibrados, porém nada loucos - pelo contrário - todos bem conscientes em seus planejamentos de combate. E como se não bastasse, agora também são favorecidos pelos meios digitais tão mal vigiados. Lá, nas redes, eles arquitetam suas táticas de guerrilha e não são postos atrás das grades pelos crimes cometidos, seguem navegando livremente no mar universal da impunidade.

Não é uma questão local, regional, nacional, muito menos pontual, irrelevante e rara, é sim, uma questão internacional, frequente e aterrorizante, pelo menos para mim, e penso que, se não é para você, tenho permissão de crer que concorda ou no mínimo ignora as cenas animalescas de selvageria, típicas de guerra campal, salvaguardadas pelo status de “Torcida Organizada”, e, endossadas pelo brasão do seu “Time Preferido”, brasões erguidos em bandeiras com gritos marginais, tal qual se ergue um estandarte antes do combate na guerra - consequentemente não vemos  uma partida de esporte, mas vemos jogos mortais.

São organizadas? Sim! Mas não são torcidas, são quadrilhas infiltradas em grupos disformes chamados de torcida, que na verdade estão procurando repercussão com o carnaval e negócio rentável nas lojas de Shopping Center; são mais interesseiras que interessadas na alegria do esporte. Por isso, desde que o futebol adquiriu um caráter de culto idolátrico, eu não gosto mais de dar tanta importância para o que acontece do lado profissional deste esporte belo, porém, bilhonariamente obscuro.

Se Elias – personagem bíblico do Antigo Testamento – vivesse hoje, ao invés de ter que derrotar os 450 profetas de Baal, teria que derrotar o baal do século XXI, ou seja, o futebol, com seus mais de 450 milhões de sequazes pelo mundo. Ou você tem dúvida que o futebol hoje é considerado por muitos um “deus”, e as quadrilhas de assassinos infiltradas nas torcidas, são como o seu “Hezbollah” da bola, matando em nome de FuteBaal?

Claro que a violência não acontece apenas nas torcidas “mal” organizadas; acontecem dentro dos campos com jogadores invejosos e irresponsáveis que não conseguem equilibrar seus instintos de competição e golpeiam os que mais se destacam, aliás, golpes e ataques camufladamente supervalorizados pelas transmissoras, ao nomear uma partida esportiva de futebol, como confronto, duelo, combate, sem contar quando chamam o estádio de arena, como se estivéssemos na Grécia ou Roma Antiga diante dos gladiadores, no espetáculo sangrento que levava o povo ao êxtase alienante.

Aconteceu na Inglaterra com os Hooligans, depois os homens Turcos foram proibidos de ir ao estádio, concedendo espaço somente a mulheres e crianças, recentemente foi a vez do Egito com 74 mortos em uma única partida/batalha e Domingo passado foi mais uma vez a vez do Brasil com 2 mortos. Apenas alguns casos entre tantos outros, mas se eu continuar consumindo os produtos da bola calado, vou me sentir cúmplice senão um aliado, por investir na manutenção destes grupos que não torcem e sim trucidam de forma organizada. O que penso falei! Se não gostou reage (com palavras), se gostou, colabore.


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