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18 de dez. de 2011

O orgulho brasileiro de importar a crise



Desde que a crise matou a Grécia dos deuses imortais, assistimos dia após dia, a queda de país a país no “Bloco do Euro”, agora recebendo o epíteto irônico de “aglomerado do Erro”. O erro do Euro não está no propósito para o qual ele foi criado, tão pouco nos países aos quais ele serve, e sim, na mente opulenta dos homens públicos. Ou você não acha que houve compulsão nos gastos públicos dos países letrados e colonizadores, reconhecidos pelo pensamento elevado e cultura invejada. Pois é! E agora, o que vamos fazer? Dizem todos eles em suas reuniões intermináveis.

Parece que a resposta está aparecendo e ela ressalta o modelo econômico em si insaciável, a história do ser humano rico que espreita oportunidade no pobre, ganha proporções jamais vistas, e é retratada no espectro dramático das nações globais em decomposição, chamadas de: grupo dos países mais ricos do mundo. Será? Se sim; ricos de que? Só dinheiro basta? Não! É preciso moralidade na administração dos gastos, foi a ausência deste pressuposto governamental que faliu a Europa. Tudo bem, mas o que tem o Brasil haver com isso? Bom, digamos que o Brasil está indubitavelmente incluso no termo internacional, ou se preferir, global. E se estava no contexto durante aascensão, por que não haveria de estar na crise?

Quando voltamos o olhar para o Brasil, vemos um país que se gaba de seu aparente sucesso econômico com um discurso claramente impotente para quem enxerga à sua volta, enfim, agora o Brasil se orgulha de que o Fundo Monetário não o recebe mais como pedinte, mas o próprio rico internacional é pedinte dele. Será isto um real sucesso econômico ou o anúncio da próxima vítima do Serial Kapitaller? Pessoalmente vejo a tragédia anunciada, é uma pretensão ambiciosa dos que acreditam que desta vez vão acertar, sem perceber que estão cavando a mesma cova que outrora era a vitória da Europa, hoje falida e “falidora” de todos os outros. Nem todo erro acontece para permitir nova tentativa, alguns vem para esgotá-las, e denunciar que: outra vez errar o mesmo erro, sobretudo quando se tem uma referência de fracasso, deixa de ser natural passando a ser fatal.

Não quero falar mal do Brasil, não desmereço os acertos do país, mas convenhamos com maturidade, você não acha que tudo isso é um grande jogo de azar...para nós?


2 comentários:

  1. Não concordo com sua crítica (sei que você já sabia disso).
    O que me estarrece é que nosso Brasil tem muito potencial para ser bom, grande, forte e socialmente justo, mas o que canso de ver são pessoas alienadas e que se gabam disto, usando como prerrogativa para se abster de se envolver com temas determinantes para a vida de todos, incluindo a dela.
    Na verdade, vejo isso como egoismo coletivo, egocentrismo generalizado e muito pouca vontade das pessoas fazerem algo que faça diferença a não ser reclamar e se queixar de que estão sendo lesados de alguma forma.
    Hoje, como professora em um curso de graduação técnica, me envergonho da postura de muitos de meus alunos, que exigem seus direitos o tempo todo ao mesmo passo que esquecem de seus deveres, incluindo ao de ter respeito com o próximo.
    Bjus

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  2. Sim Hegli, eu já sabia rs, mas são exatamente estas discordâncias de opinião que irão mover nossa consciência a uma reflexão mais ampla, para unir os diferentes em um todo, que oxalá, seja a cura da alienação coletiva e passe a ser a reação coletiva...neste sentido, não só compartilho o seu ponto de vista, como percebo o quanto ele acrescenta ao texto primeiro. Obrigado!

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