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5 de dez. de 2011

Qual o valor que estabelece o que é corrupção?



Significado da palavra corrupção: Corrupção significa etimologicamente deterioração, quebra de um estado funcional e organizado.

Quando se ouve a notícia de que um político roubou, ou desviou uma determinada verba que originalmente estaria destinada a este ou àquele fim público, logo nos enchemos de ira – apesar de não sair disso – e nos damos logo a espraguejar o “dito-cujo” sem dó nem piedade. Então, quer dizer que neste processo devemos ter dó e piedade deste ladrão? Não!

Quero dizer, que aquele que toma esta atitude de protestar, deve ter uma reputação coerente com seu protesto, ou pelo menos ter se regenerado de situação semelhante, mesmo que ele não tenha custado tanto aos cofres públicos, ou até mesmo não tenha custado nada a ninguém. Tem mais haver com conduta de valor do que com valor de permuta. Será que roubar ou desviar 1 milhão – quem dera fosse só isso – é diferente do ato de quem rouba ou desvia 10 reais? Mais que isso, a pergunta mesmo é: Será que quem desvia ou rouba 10 reais para bem pessoal em detrimento do bem alheio, é menos ou mais ladrão, menos ou mais corrupto? E ainda: Será que quem pratica esta atitude e ao mesmo tempo fala mal de quem a faz com maiores valores, se estivesse na condição daquele, por ele dito ladrão, não estaria desviando e roubando a mesma quantia?

A partir de que valor se caracteriza um ladrão; quanto deve ser o desvio para constituir corrupção? Qual a diferença entre sonegar imposto de pessoa física e de pessoa jurídica? Qual a diferença entre roubar do povo ou roubar de alguém? Claro! Obvio, que a solução não é deixar de falar mal e protestar contra os políticos que fazem isso, afinal, eles foram eleitos como modelos, mas a solução objetiva é começar a plantar uma nova semente, diferente da que nesta terra nasceu desde os primórdios do seu pseudo-descobrimento e esperar, que com o tempo, germine consciência nova que outorgue poder autorizado para que se proteste contra o sujo, sem ser um mal-lavado.


4 comentários:

  1. A corrupção nasceu com o ser humano. Nenhum animal precisa ser tão desonesto e querer levar vantagem em tudo, apenas os humanos fazem isso conscientemente.
    Me envergonho da corrupção em todos que tentam levar vantagem em alguma coisa, não precisa ser político, empresário, empreiteiro. Para mim não há grau na corrupção, pagou 5 reais para passar seu documento na frente para ficar pronto antes no cartório? É tão corrupto quando o cara que desvia verba.
    E isso não é, de fato, privilégio brasileiro. Muito do que acontece de ruim nos paises "desenvolvidos" não chega até nós, a não ser que tenhamos parentes ou amigos morando nestes locais, pq para a imprensa não interessa que saibamos dos podres da corrupção alheia. Mas a nossa é noticiada ao quatro ventos, pelos próprios brasileiros.

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  2. Quando escrevi este texto, corria na mídia o pronunciamento de um ministro do governo que havia dito: "perante o tamanho da verba destina às obras públicas, o desvio corrupto acontecido nem havia sido assim tão grande e até pode ser considerado aceitável e normal...". Neste momento resolvi pensar em quanto valeria a honestidade, ou qual seria o valor a estabelecer o limiar entre o honesto e o corrupto. Por isso, cheguei a conclusão que a corrupção é algo interno, que habita na formação de cada um, sem distinção de credo, cor, raça, religião ou território geográfico.

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  3. Os indíviduos enquanto cidadãos, quando se integram em células sociais, dificilmente fazem uma associação de causa e efeito entre suas ações cotidianas e os impactos na vida pública, ou seja, embora bastante óbvio, a sociedade não se vê como uma engrenagem que movimenta uma nação e ai, surge essa desproporção de julgamentos...Por exemplo, quando alguém compra um produto chinês de procedência duvidosa (ou de alguma empresa, mesmo no Brasil, com reputação semelhante) por um preço baixíssimo, não associa que essa sua aquisição financia trabalho escravo, concorrência desleal e sonegação fiscal, etc. Essa percepção sobre o próprio bem-estar, em primeiro lugar, é explicada na obra de Smith, Teoria dos Sentimentos Morais.
    Outra visão, e nesse caso especificamente sobre essa percepção do cidadão brasileiro, é explicada nas obras de Sergio Buarque de Holanda, Darcy Ribeiro e Mario de Andrade, sobre a cordialidades, a bondade e a tolerância do povo brasileiro como característica e traço social.

    Um estudo fenomenológico explica muita coisa; a grande questão é como mudar a mentalidade de um povo que têm assimilado as mudanças conjunturais pelas quais o país vive, passando pelo menos processo que as nações imperiais que experimentaram a decandência econômica e social, ou seja, boa parte deles, totalmente indiferentes a tudo.

    Louise Salomé

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    1. Obrigado por sua participação e contribuição com o blog, aliás, depois destas referências, vou aprofundar um pouco mais meus conhecimentos para futuros textos.

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